No 1º dia de Primavera...

Na "Paia" da Comporta (Costa Alentejana) e...













... o Mundo a teus pés!

17 meses de Ti!

17 meses a aprender a ser Mãe!
17 meses a crescer e a ver-te crescer comigo!
17 meses cheios de sol, de cor e felicidade!
17 meses cheios de histórias para contar!
Há 17 meses… que não durmo uma noite inteira… ou que a durmo com um pé teu nas minhas costas ou um braço na minha cara! :)
É um facto, de que têm sido meses de noites mal dormidas, mas cheios de dias bem vividos! Quero-te muito, querido!

Ontem a avó A., completou mais um ano de vida! Tirei o dia e fomos almoçar fora, “ver montras” e lanchar a Belém!
Resumo da tarde:
- Encontrar uma mesa vaga, numa sala cheia de espanhóis famintos e desejosos de pastéis de Belém (que vieram a Lisboa passar esta Páscoa)… Ponto.
- Sentar e aguardar o empregado de mesa... Ponto.
- A espera foi longa… Ponto.
- O Xavier começa a “passar-se” com a espera e só queria ir passear… Ponto.
- O Xavier começa a “espernear” irritado... Ponto.
- O Xavier dá uma valente bofetada na minha “meia de leite” quentinha que tinha acabado de chegar e à qual apenas lhe senti o cheirinho!!! Ponto.
- 2 segundos depois, já lhe tinha passado a mosca e eu só pensava naquele leitinho com café quentinho que cheirava tão bem! Ponto.

Fomos passear. Correr atrás dos passarinhos que andavam pelas pedras da calçada à procura de migalhas… e dar ½ volta para trás para ir ter com o pai, que se tinha esquecido da carteira e não tinha como pagar o parque de estacionamento!! Estou metida numa família de loucos!:) Mas estou tão bemmmmmmmmm assim!

Fase do "Não" e do "É Meu!"...

Ao contrário do que imaginava (porque sempre pensei que fosse mais tarde) o Xavi acaba de entrar na fase do - "Não!", aliado ao "É Meu!" Tudo é dele e não dá nada a ninguém. Desde as pantufas da mãe, comando da televisão, ao biberão (que segura sempre destapado e de pernas para o ar!), às molas da roupa, ao fio de electricidade do candeeiro (!!!) às peúgas do pai (acabadas de sair do estendal!), à planta da sala (que tem sofrido horrores nas suas mãos, coitada!!!), aos botões das máquinas de lavar loiça e roupa, à garrafa de azeite derramada no chão da cozinha, aos meus vernizes, ao almofariz que já serviu de entretém, entre tantas outras coisas de q agora não me recordo...

A cada resposta de "Não, é meu!", eu contesto com um: "Não é nada teu. É nosso, mas o Xavier tem de fazer o que a mamã diz - portar-se bem."

Ok... escusado será dizer que, passados alguns segundos de eu o ter repreendido, percebo que as minhas palavras entraram-lhe precisamente a 100 à hora por um ouvido e saíram à velocidade-luz pelo outro! Mas tudo bem... tudo na boa! Estou a pagar na mesma moeda com que fiz "sofrer" a minha mãe e a minha irmã mais velha! Ao menos ele... não bate com a cabeça no chão da cozinha quando se chateia com qualquer coisa! É bem mais agradável levar uma "bruta" cabeçada (que nos dá cabo do lábio inferior!!!) ou apanhar um valente "cagaço" porque um qualquer brinquedo... voou na nossa direcção, parecendo um míssil telecomandado! :)

Agora a sério. Mesmo com este feitio (quem sai aos seus, não é... de "Genebra"!), mesmo com a sempre presente reguilice, traquinice, espevitice e tantas outras palavras terminadas em "ice" e que demonstram a permanente electricidade com que o meu filho vive... ele é o maior doce das nossas vidas! Tem os seus momentos (embora nos pareçam sempre pequenos), de verdadeira ternura, em que em cada abraço, beijo ou olhar, faz parar o nosso coração. Como num daqueles momentos de "freeze" característicos dos filmes, em que tudo em redor se congela e apenas existimos nós. Parece que "carrega", ainda mais, a nossa alma, com o amor que nos retribui.

É assim como tu és, que te amamos muito e preferimos mil bilhões, triliões, quatriliões de vezes, o teu jeito arisco e "ligado à corrente", a qualquer outro jeito de ser!

Novidades, Novidades!

O Xavi comeu hoje pela 1ª vez um... Pastel de Belém! ehehehe! É mais um na família que fica doido com estes pastelitos!

Está finalmente a desenvolver o gosto por experimentar novos alimentos. É ele próprio que, quando está à mesa connosco, "rouba" (literalmente) do nosso prato, algo que lhe chame a atenção - ontem ao jantar foram os pedaços de bacon do prato do pai, que lhe fizeram as delícias! Adoraaaaaaaaaa "massinha" (como ele diz), "aloz" (parece os chinocas a falar!), já saboreia carnucha, peixinho e fica doido com os... "sugos" que há sempre para ele na casa da titi/madrinha! Até se baba quando os come, mesmo com o papel e tudo :)

Outros registos: Gosta mt de atender o nosso telemóvel e, às vezes, dou com ele a brincar com o telemóvel dele e a dizer "'Tou, 'Tou, 'tou??" mas... aos gritos!!! Deve ser de nos ouvir lá em casa, pela falta de rede, a fazer o mesmo... é muito engraçado! Parece "gente grande"!

Cada vez são mais as palavras que, em jeito de papagaio, tenta repetir. A R., é neste momento a "Tita", as pantufas são as "pantutas", o leite é "téte", "madinha", "aui" (ali), "aí" (aqui),"usso" (urso), "miminhas" (maminhas - sempre que lhe perguntamos onde estão, ele aponta para as da menina que está mais próxima - deve achar q não tem maminhas!!!), "apato" (sapato), "ua" (rua), "pópó" e "caro", ainda não consegui perceber como diz "borboleta"... e tantas outras que, de momento, não me consigo lembrar.
Sinto que é muito ávido em querer aprender novas palavras. Ri-se muito quando as diz correctamente e fica super feliz, talvez porque nós tb o incentivamos a fazê-lo.

Mas o máximo dos máximos... é ouvi-lo a cantar (ou algo parecido, porque ele herdou a desafinação caracteristica das 2 famílias!!!). Adora cantar os Parabéns! Como os canta todos os dias, eu e o "pape" inventámos que na parte em que se nomeia alguém, dizemos "para os meninos do mundo, uma salva..." e ele até essa diz - "paia os ninos mudo, pamas éééé! Boa!".

É demais este nosso cachopito!

Recordações...

Acabei de alterar o look do teu blog. Para o fazer, andei a rever algumas fotos tuas e (mais uma vez!!!) tomei conta do quanto cresceste.

Encontrei esta... gostei tanto dela quando o "pape" a tirou! Tu dormias serenamente no meu colo, como se o mundo coubesse todo no meu abraço. Tranquilo... sossegadinho... sentia que te conseguia proteger e esse sentimento fazia de mim, a coragem em pessoa e, ao mesmo tempo, sossegava-me o espírito.

Ainda hoje, me sinto assim quando te tenho perto. Capaz de tudo para te ver bem e feliz.

Dorme bem, meu querido e sempre junto ao meu peito, embalado pelo "som" do meu amor por ti...

Porque às vezes as palavras dos outros...

...podiam ser nossas. Estas são do Miguel Esteves Cardoso, não minhas. Mas fazem-me sentido... Fazem-me pensar e acenar que sim, com um sorriso parvo, desenhado no rosto! São dele... mas podiam ser minhas...

"Sossegar não é descansar- não é uma consequência do cansaço. Quando Rebelo da Silva, citado por Moraes, que por sua vez cita o dicionário de Freire, diz: "O coração não sossega, a vida cansa", ambas as coisas são verdadeiras, mas a associação é enganadora, porque o coração não sossega por causa de a vida cansar.

Há cansaços bons. Não. O coração não sossega, porque não tem com que sossegar.
Quando aparece um amigo sem avisar, interrompendo tudo o que se tencionava fazer, sossega-se. Quando se está a lutar contra a injustiça e a maldade, com todas as forças que se tem, sossega-se. Quando se lê um poema ou uma história bonita, por muito triste que seja, sossega-se. Quando se acredita em Deus. Isso, sim, é sossegar.
Gosto de "sossegar" como verbo transitivo. Sossegar só por si não chega. É mais bonito sossegar alguém. Quando se pede "Sossega o meu coração", e se consegue sossegar. Quando se sai, quando se faz um esforço para sossegar alguém. E não é adormecendo ou tranquilizando, em jeito de médico a dar um sedativo, que se sossega uma pessoa. É enchendo-lhe a alma de amor, confiança, alegria, esperança e tudo o mais que é presente a tornar-se, de repente, futuro. É o futuro que sossega. "Amanhã vamos passear", sossega mais que "Não te preocupes" ou "Deixa lá, que eu trato disso"."

Sossega o meu coração, meu amor! Amo-te muito!

Numa manhã de Sábado...

... atrás de um raio de sol!
Tudo é uma descoberta para ti! Estavamos os 3 a tomar o pequeno almoço, calmamente, quando te vejo muito quieto, a observar, a tocar na mancha de Sol que entrava pela nossa janela. E que bonito que ficas com esta luz, filho!
Às vezes dou comigo a pensar em como mudamos tanto desde o momento em que passamos a ser pais. Toda a nossa maneira de estar na vida sofre alterações. Evolui para um estado superior, para algo maior. Perdem-se alguns medos e ganham-se outros tantos...
Hoje, percebo o sentimento. Esse querer desmedido, incondicional, verdadeira paixão que não se esgota, cansaço que nunca nos vence. Dou comigo a ficar com pele de galinha e de coração apertado, sempre que tenho conhecimento do desaparecimento de alguma criança. Pensar que foi levada dos braços daqueles que a amam desta forma incondicional, por outros que não são, nem querem amar alguém. Não consigo imaginar o sofrimento desses pais... é demasiado doloroso para saber quantificar essa dor.

Que a Felicidade esteja sempre presente na tua vida, Xavier!
Que nunca percas o encanto da descoberta, do novo, do desconhecido...
... mas que tenhas sempre presente a lembrança do nosso Amor por ti.
Esse, nunca mudará, mesmo que o mundo dê muitas voltas!